Agora, uma postagem mais "geral" sobre o devoteísmo...

Olá gurizada, vou contar meu relato. Eu me empolgo um pouco quando to escrevendo, então este texto vai ficar um pouco grande, porém vou usar uma linguagem mais clara de forma que a leitura não fique tão maçante. xD

Eu vi alguns textos aqui falando sobre o "anonimato" dos devotees. Realmente, muitos gostam de "fazer a discreta", mas eu particularmente já contei aos meus amigos e parte da minha família que "babo" ao ver uma bela paraplégica cadeirante. Eu falo abertamente sobre isso quando sou indagado, quando estamos numa rodinha com a galera num bar, por exemplo. A grande maioria que sabe disso me apoia, até acha minha atitude "nobre" (o que, convenhamos, é um exagero, visto que uma mulher numa cadeira de rodas não é menos mulher que uma que aparentemente não tenha deficiências). Apenas minha mãe reprova isso, achando que tenho baixa-estima, e que eu tenho que ir atrás de "coisa melhor".

Todos nós, no fundo no fundo, temos um padrão de inteligência, humor e beleza que julgamos "próximo do perfeito", que notamos ou mesmo esperamos naquela pessoa que chama a nossa atenção. E esses valores variam de pessoa pra pessoa. Quanto ao aspecto da inteligência, tem os que curtem pessoas mais conservadoras, outros preferem pessoas mais céticas... Quanto ao aspecto do humor, tem quem prefira pessoas mais tímidas, outros as mais comunicativas, há até quem curta pessoas mais rudes e sistemáticas! E finalmente, temos o aspecto da beleza, que é o que vou aprofundar mais. É aqui que entra os gostos por determinada cor de cabelo, de pele, idade, vaidade, cheiros, e porque não, deficiências físicas. A combinação entre preferencias de inteligência, humor e beleza é praticamente infinita, e forma o chamado "tipo favorito". Quando tu encontra alguém em que tu perceba o equilíbrio entre estes três quesitos, tu provavelmente achou, então, um(a) candidato(a) a ser teu(ua) "esquentador(a) de cangote"... kkkkk

Sendo assim, para um devotee "do bem", a deficiência de uma pessoa é mero acessório do aspecto da beleza, que deve entrar em equilíbrio com suas preferências de inteligência e humor para que essa pessoa seja interessante para ele. Ou seja, não deveria bastar só a deficiência.

Certa vez eu fiquei com uma guria paraplégica cadeirante. Só que apesar dela ter meu tipo de deficiência favorito, ser bonita pros meus padrões e ter um humor mais tímido (que eu admiro), ela é demasiada religiosa, e como eu sou mais cético, ela tentava me convencer a virar evangélico que nem ela. Isso rendia alguns atritos entre a gente. Não fomos adiante por isso.

Eu, particularmente, me considero um devotee observador, e a paraplegia é o único tipo de deficiência que me atrai. Eu gosto de vê-las independentes na medida do possível e fazendo as coisas sozinhas, mesmo que as façam com alguma dificuldade. Intervenção mínima de minha parte. Acho muito interessante as formas diferentes que elas descobrem pra fazer as coisas. Tipo quando elas se esticam pra pegar um objeto no alto, quando elas fazem transferências, quando ajeitam as pernas com as mãos, quando elas tocam a cadeira ao mesmo tempo que olham pra mim ou falam comigo... E até na fisioterapia quando elas tentam caminhar usando órteses e se apoiando em barras ou num andador. Acredito que deixá-las virarem-se sozinhas aumenta ainda mais a auto-estima delas, deixando-as mais felizes e, consequentemente, eu também fico feliz assim. Mas eu costumo ajudá-las quando elas pedem ou até mesmo quando fazem manha de vez em quando, é claro!

E mesmo eu tendo gosto por mulheres paraplégicas cadeirantes, eu não dispensaria uma mulher que não tenha deficiência, desde que ela também seja o equilíbrio entre inteligência, humor e beleza.

Uma coisa bem legal também é que ser devotee te faz, mais ou menos, ir atrás de informações sobre deficiências, e assim ampliar teu conhecimento na área. Eu costumo tirar dúvidas dos meus amigos sem deficiência quando eles perguntam coisas do tipo "Um paraplégico deixa de mover/sentir o quê?", "O que é essa tal de lesão em tal vértebra?", "Por que aquela tua amiga usa cadeira de rodas?" etc. Já teve quem me perguntasse se sou fisioterapeuta, neurologista, se eu trabalho no Sarah... kkkkkkk

E para encerrar, muitas pessoas com deficiência precisam entender que esse conceito de devotee é muito mais abrangente. Muitos até chegam ao absurdo de colocar o próprio devoteísmo como uma deficiência mental! Mas minha definição particular para o devotee é aquele que acha a deficiência um "plus a mais" (acho essa expressão engraçada) num mar de outras características. Se uma pessoa se aproveita de pessoas deficientes apenas pra satisfazer taras, então ela não é devotee... É canalha mesmo. Caráter independe de gostos, deficiências/não-deficiências, classe social, beleza, inteligencia, etc etc etc.

Agora vou ali soprar meus dedos... kkkkkk
Os devotees são tarados?

Essa questão é a base para o preconceito de algumas pessoas com deficiência. Então eu lhes respondo: Depende!

Como dizia Einstein, "tudo é relativo". Há sim, de fato, devotees "patológicos" (leia-se "canalhas" mesmo). São aqueles que só querem saber da deficiência da pessoa, pouco se lixando para a pessoa propriamente dita. Estes indivíduos são tão fissurados em deficiências que é bem capaz de serem contra as curas para deficiências, como as pesquisas com células-tronco, pois assim teriam menos pessoas com deficiencia para alimentarem suas taras. É bem verdade que devotees canalhas iludem mesmo as pessoas com deficiência, conseguem o que querem (SEXO), e depois que enjoam... Somem e vão fazer outras "vítimas". São indivíduos assim que queimam o nosso filme.

Mas entendam que canalhas tem em todo lugar. Como eu disse na primeira postagem, canalhice independe de gostos, preferencias, desejos, condição física (lembre-se que por isso também existem deficientes canalhas)... Um devotee "do bem" sempre vai dar valor as pessoas com deficiência no sentido mais abrangente, apoiando-as e defendendo-as em suas causas, e torcendo para que sempre se superem e conquistem seus objetivos.
Fetiches no devoteísmo!

Mais uma vez, me pego como exemplo para falar sobre este assunto.

Quanto aos meus fetiches relacionados ao devoteísmo, sou extremamente detalhista e específico. Eu me atraio unicamente pelas paraplégicas que usem cadeira de rodas manual (podem usar órteses também) E que tenham um padrão de beleza não relacionada à deficiência que também me chame a atenção. A partir daqui posso fazer uma lista dos fetiches, "sub-fetiches" e por ai vai:

1) Quando elas tocam a cadeira...
 1.1)...olhando para mim.
 1.2)...falando comigo.
 1.3)...fazendo aquela carinha de esforço (até quando fazem gruindos) enquanto sobem terrenos íngremes.

2) Quando elas ajeitam as pernas com as mãos.

3) Quando ocorre espasmos. Ah, os espasmos... Aquelas pernas chacoalhando, e suas donas tentando conter os movimentos com as mâos.... Ai ai *-*

4) Quando fazem alguma manha, tipo...
 4.1)...reclamar UM POUCO da paraplegia e suas consequências. Reclamar demais também não dá, né?
 4.2)...pedir atenção, alegando a paraplegia.

5) Quando elas se esticam para pegar coisas em locais altos.

6) Quando elas falam sobre a paraplegia delas. Tipo falar: "minhas pernas não funcionam", "eu não sinto minhas pernas", "não consigo mover os joelhos e os pés", "só fico em pé com ajuda de órteses", "eu não ando por isso assim e assado", "faz tal tempo que estou paraplégica", "essa cadeira me ajuda bastante", "veja eu empinar!", "a paraplegia não me impede de fazer isso assim e assado" etc.

7) Quando elas fazem suas transferências. E com os mesmos "sub-fetiches" do item 1! Da cadeira pra cama, pro carro, pro sofá, pra outra cadeira, ou mesmo pro chão! E quando retornam pra cadeira de rodas também.

8) Quando aceitam uma ajuda minha ou quando a pedem.

9) Quando elas respondem minhas perguntas óbvias (mas que adoro quando elas respondem, mesmo assim). Tipo "tu dorme com a cadeira do lado da cama?", "tenta mexer esse pé?", "tu está sentindo eu tocar tuas pernas?", "alguma vez tu já sonhou que estava andando? Como foi?", "como tu faz xixi? Tu usas sonda?", "tu está sempre pensando na tua deficiência?", "tu tenta mexer as pernas de vez em quando?" etc.

10) Quando elas se vestem/despem. Se aquela calça jeans justinha já dá algum trabalho para as mulheres andantes, então para as paraplégicas deve ser um pouquinho mais tenso... Mas igualmente interessante.

11) Enfim, quando elas fazem as coisas de maneira diferente e independente, de forma a superar a paraplegia, mesmo que as façam com muita dificuldade.

Pode parecer maldoso, mas em pensamento vale tudo. E é isso que o fetiche é!
O devoteísmo na visão de um devotee...

Nesta postagem, vou expor meu conceito sobre o devotee. Ou seja, eu, devotee, explicarei o devoteísmo da forma como eu vejo.

Durante muitos anos, desde minha adolescência, pesquisei muito sobre o tema. Não só pesquisei, como criei termos e expressões relacionadas ao devoteísmo, esperando que elas ajudem na conceitualização dos diversos assuntos relacionados ao devoteísmo que tratarei.

Basicamente, qualquer pessoa que se sinta atraída por pessoas com deficiência (principalmente física) pode considerar-se devotee.

A pessoa devotee pode achar interessante qualquer tipo de deficiência (Polidevoteísta, ou "polidev"), ou só uma ou algumas destas (Monodevoteísta, ou "monodev"). No meu caso, eu sou um devotee que se atrai unicamente por um único tipo de deficiência, que é a paraplegia. E ainda assim, sou ainda mais específico quanto o meio que elas usam pra se locomover: acho mais atraente aquelas que usem cadeira de rodas manual ou usem muletas e órteses nas pernas.

Um devotee também pode ser mais cuidador ou mais observador. Até o momento não conheço devotees que sejam 100% cuidadores ou 100% observadores. Mas eles sempre tendem mais para um desses aspectos. Me parece que a maioria dos devotees são predominantemente cuidadores. Gostam de cercar uma pessoa com deficiência de ajuda e atenção. São quase cavalheiros/damas para com as pessoas com deficiência! Já os devotees observadores gostam de incentivar a independencia das pessoas com deficiencia, ajudando-as só quando necessário. Eu me considero um devotee mais observador, pois gosto muito de ver as paraplégicas tocarem suas cadeiras, fazerem suas transferencias, etc. Mas não nego uma ajuda se elas pedirem ou se eu julgar necessário...

É por isso que podemos notar que cada devotee é diferente.
O projeto "Rastros na Rampa"...

Este projeto, de autoria minha, um admirador de pessoas com deficiência, em especial às mulheres paraplégicas, tem como temática o universo das pessoas com deficiência aliado a uma conotação romântica, sensual, poética e alegre.
Wanessa, devidamente representada por ilustrações em arte digital (e, eventualmente, em desenhos feitos à mão) como uma bela mulher jovem e paraplégica, é a protagonista de "Rastros na Rampa". Em sua cadeira de rodas personalizada, essa doce jovem de cabelos ruivos e cheia de estilo marca presença em meio às poesias e frases incentivadoras, visando atingir o objetivo deste projeto, que é enriquecer e disseminar conhecimento aos leitores deste site de uma forma romântica, sensual, poética e alegre.

O que foi e vai ser feito neste projeto?

1º: O primeiro passo foi dado, que foi abrir o blog com esta postagem introdutória, de modo a reservar o nome "Rastros na Rampa";
2º: A compra do domínio ".com", de modo dar um ar mais "limpo" e profissional ao endereço do site, facilitando a navegação;
3º: A definição do layout do site, cujo esquema de cores já está definido (vermelho e branco). Prezará pela simplicidade, mostrando em tela apenas o necessário. Também terá layout aprimorado para dispositivos móveis. Será desenvolvida uma logomarca, com alguma relação com a temática do projeto, que ficará no topo do site e assinará as imagens das postagens;
4º: Iniciar a produção de conteúdo. Aqui é a parte mais difícil, pois isso demanda tempo, disposição e criatividade;
5º: Criação de uma página no Facebook, que terá foco apenas na postagem das ilustrações do blog;
6º: Iniciar a divulgação do site, perante os outros sites, blogs e redes sociais, com foco naqueles que tenham foco na pessoa com deficiência, mas sem esquecer do público geral.